sábado, 2 de abril de 2011

O SEGURO DO FUTURO,SERÁ REALMENTE EFICIENTE?

O seguro do futuro


Reconhecimento de imagem por computador, vendas pelas redes sociais. Eis as ferramentas, dignas de filmes de ficção, que vão mudar a maneira de você proteger seus bens
Por Cláudio Gradilone editor de Finanças da IstoÉ DINHEIRO.





Cena 1: você entra em uma agência bancária ou no escritório de sua seguradora. Uma câmera captura sua imagem. Um programa faz a varredura dessa imagem, encontra seu rosto e define seu gênero (homem ou mulher) e sua idade.

Sem que você tenha dito nada nem apertado qualquer botão, um funcionário, que nunca o viu antes o chama pelo nome e trata da renovação do seu seguro de vida – sem esquecer da última mudança de endereço e dos resultados dos exames médicos mais recentes.


Cena 2: seu automóvel recebe um sensor. Cada vez que você se aproxima de uma região da cidade onde há muitos assaltos, uma voz se faz ouvir: “Mude seu caminho, aqui é perigoso.”

Os avisos também aparecem se você avançar um sinal fechado ou ultrapassar a velocidade máxima permitida. Caso insista em barbarizar ao volante ou andar por caminhos tortos, você vai pagar bem mais caro na próxima renovação de sua apólice contra roubo de automóvel – ou pode até não ter sua proteção renovada.


Essas cenas, que parecem saídas do filme Minority Report, do galã Tom Cruise, podem tornar-se realidade em pouco tempo.

“Os recursos já estão plenamente disponíveis e as seguradoras já estão em fase de testes”, disse à DINHEIRO Michael Redding, diretor do departamento de tecnologia da consultoria Accenture, que realizou um seminário sobre seguros em Sophia Antipoli, na França, em 10 de março.

Segundo Redding, duas companhias de seguros alemãs já estão desenvolvendo projetos-piloto para equipar os veículos de seus clientes com os sensores. Pouco maiores que um maço de cigarros, esses equipamentos podem fornecer não apenas a localização do veículo em tempo real, mas também permitem identificar o trajeto de rotina e a maneira de dirigir.

“Se o motorista esticar as marchas, acelerar e frear subitamente ou conduzir seu veículo habitualmente por regiões perigosas, essas informações serão enviadas à seguradora”, diz Redding. “Elas serão usadas para calcular o risco do segurado – e vão alterar o preço de sua apólice.”



Tecnologia intensiva: atendimento virtual, identificação à distância, vendas online
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as metas são reduzir custos e aumentar a fidelidade do cliente
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O uso crescente da tecnologia permitirá que as seguradoras disponham de uma massa de informações que cresce exponencialmente e possam usá-las para avaliar o risco de cada cliente com precisão.
Essa capacidade, porém, traz um conflito ético. Se a seguradora pode saber em tempo real se o carro do cliente está estacionado ao lado de um cinema (ou bar ou motel) às quatro da tarde de uma terça-feira, não há garantia de que essa informação não seja transmitida ao chefe – ou ao cônjuge – do segurado no caso de um processo trabalhista ou em uma separação litigiosa.


Redding avalia que o uso das tecnologias não precisa ser obrigatório. “O cliente que valorizar sua privacidade terá a opção de pagar mais caro pelo seguro e não instalar o equipamento”, diz.
Mesmo assim, não é uma discussão fácil. “Muitos clientes podem considerar esses sistemas muito invasivos. E eles são mesmo.”

Questões éticas à parte, ferramentas como essas vão provocar mudanças drásticas em breve no mundo das seguradoras. “As empresas vão ver uma operação muito mais automatizada”, diz Raphael de Carvalho, sócio da Accenture no Brasil.

Um exemplo simples é o da renovação das apólices. Cada vez mais segurados estão dispostos a renová-las pela internet. “Será um movimento parecido com o que ocorreu no caso das transações bancárias, da compra de passagens aéreas ou no da reserva de hotéis”, diz Carvalho. Um exemplo: na companhia inglesa Progressive, 90% dos clientes resolvem seus assuntos de seguros pela internet.

Parece excessivamente Primeiro Mundo? Pense de novo. Uma pesquisa ouviu seis mil pessoas em 19 países, 400 delas no Brasil. A conclusão: 12% dos entrevistados dispensam a atuação de um corretor. Mais significativo, esse percentual dobra nos próximos 12 meses.


Agora eis a questão:
Você saberá entender tudo sobre o seu seguro,sem precisar de um corretor? Terá tempo bastante para resolver os problemas burocráticos (principalmente de sinistro) diretamente com a Seguradora?

Talvez,para a nova geração,isto será menos complicado.Mesmo assim,apesar de
estarem mais familiarizados às modernidades do mundo virtual, as próprias Seguradoras precisarão que seus funcionários e segurados estejam aptos a "se entenderem" em meio a tantas exigências administrativas... Na minha humilde opinião,essa "modernidade" será excelente,porém se mantivermos os profissionais (corretores) em seus postos...

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