sexta-feira, 30 de março de 2012

Seguro da SulAmérica cobre até financiamento




Novo produto paga, em caso de perda total, o valor do empréstimo do veículo

Um dos problemas enfrentados por quem contrata seguro de carro é que a indenização, em caso de roubo, furto ou acidente (perda total), muitas vezes não é suficiente para cobrir o valor do financiamento do automóvel. De olho neste nicho, a seguradora SulAmérica iniciou a venda ontem de apólices com uma cobertura adicional chamada de "saldo de financiamento", comercializada tanto para unidades usadas quanto zero quilômetro. A iniciativa é vista pelo mercado como positiva e pode ajudar na recuperação das ações da empresa, cuja perda na bolsa em 2011 passou de 20%.

"Essa cobertura nasceu por uma observação com nossos clientes, já que a maioria compra carro via financiamento. Estima-se que não menos que 80% da frota brasileira em circulação tenha sido adquirida desta forma", pondera o diretor de Automóveis da SulAmérica, Eduardo Dal Ri.

Para se ter uma ideia do tamanho deste mercado, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), o saldo de financiamentos de carro em 2011 foi de R$ 200,6 bilhões, avanço de 7,9% frente a 2010. Metade dos carros vendidos no ano passado foi por crédito direto ao consumidor, enquanto 38% foram comercializados à vista. O consórcio foi responsável por 7% e o leasing, por 5% das aquisições.

A nova cobertura será capaz de quitar com a financeira um montante referente ao valor do carro (usando como parâmetro a tabela Fipe) mais 5%, 10% ou 20% deste valor, dependendo do que o cliente escolher. Dal Ri explica que o percentual pode parecer baixo, mas atende 95% da demanda dos clientes de sua carteira. Ao final de 2011, a SulAmérica possuía 1,5 milhão de veículos segurados, alta de 8,2% frente ao ano anterior.

Práticas de mercado Existem algumas soluções oferecidas pelo mercado segurador para amenizar o impacto do financiamento quando há perda total, mas não tão efetivas.

Uma delas garante como indenização ao cliente o valor da nota fiscal do carro durante um determinado período, em vez do valor da tabela Fipe - que considera desvalorização da unidade pelo uso dela. "Na média, o automóvel sai da concessionária e vale 15% menos, mas perde 4% do valor nos próximos anos." O mercado também oferece indenização de até 110% do valor da tabela Fipe. A prática é adotada para respeitar o tipo de carro, já que a tabela mostra um preço médio como referência, sem considerar acessórios como ar-condicionado e direção hidráulica.

Uma simulação feita pela SulAmérica a pedido do BRASIL ECONÔMICO mostra que a cobertura tem impacto de R$ 100 nas apólices, mas isso depende de itens como o perfil do segurado.

Carro sai da concessionária e já perde 15% do valor - referência para indenizações em caso de sinistro

ESTRATÉGIA AGRESSIVA

SulAmérica quer fidelizar clientes em meio à concorrência

O analista da Lopes Filho, João Augusto Salles, diz que a nova cobertura é positiva para a SulAmérica, que está sendo agressiva no ramo de automóveis para ganhar mercado, após perder parceria em 2010 com o Banco do Brasil.

"A cobertura faz com que ela ganhe fidelidade." O seguro de carro foi pressionado em 2011 pelo aumento do custo dos serviços e da concorrência, que impediu repasse de preços. Isso teve reflexos na bolsa. Em 2011, as ações da SulAmérica caíram 21,51%. Em 2012, o cenário melhorou com reajuste de preços e as ações já subiram 15,49% de janeiro até ontem, às 18h.

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