segunda-feira, 21 de junho de 2010

NOVAS REGRAS PARA MOTOBOYS.



Além de exigir curso de formação, nova regra do Contran estabelece 21 anos como idade mínima para excercício da profissão.


Com um trabalho em que se passa por engarrafamentos e entre frestas de carros, os
motoboys terão de passar, a partir de 15 de dezembro, por um curso de formação, que
prevê no conteúdo programático aulas de ética e "autocontrole". A carga horária de 30 horas-aula está prevista em uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito publicada
ontem.


A resolução é uma das duas previstas pelo Contran para criar regras específicas de
mototáxi e motofrete. "Pretendemos em breve publicar a resolução que vai tratar dos
equipamentos de segurança", diz o diretor do Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran), Alfredo Peres da Silva. Dentre os itens que serão obrigatórios estão protetor
para pernas (o mata-cachorro) e uma antena (corta-pipa).



Em relação à formação, a resolução prevê que o conteúdo seja focado, além de
autocontrole, em noções básicas de legislação, segurança, capacidade de lidar com
imprevistos e elaboração de rotas alternativas, por meio do conhecimento da cidade. No
caso de motoboys, as aulas preveem estudo sobre pontos críticos de fluidez e de segurança
no trânsito; para mototaxistas, há orientações de atendimento, visando à qualidade do
serviço.



Idade mínima. O texto também determina que para trabalhar nessas categorias é preciso ter
pelo menos 21 anos e habilitação por pelo menos dois anos na categoria A. Ainda é
necessária a aprovação em curso especializado e vestir colete de segurança com dispositivo
retrorreflexivo.



"A regulamentação era primordial para organização, seleção e qualificação dos
profissionais", avalia o presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo, Gilberto
Almeida. "Sou motoboy há oito anos. A gente só vai conseguir respeito e melhorar tudo
com organização e regulamentação, até mesmo para a questão de salários." Para inscrição
no curso, além de atender às exigências da lei, o condutor não deve estar cumprindo pena
de suspensão do direito de dirigir, ter a CNH cassada por causa de algum crime de trânsito
ou estar impedido judicialmente de exercer a profissão.



Segundo Almeida, dos cerca de 200 mil motoboys que atuam hoje na capital paulista,
apenas 3% cumprem a legislação integralmente. Outros 12% estariam caminhando para
isso. Dados do Denatran mostram que, dos 597.786 veículos envolvidos em acidentes de
trânsito com vítimas no território brasileiro no ano de 2008, 200.449 eram motocicletas
(33,5%). Na cidade de São Paulo, esse porcentual foi de 36,3%. Ainda de acordo com o
órgão, em dezembro a frota nacional de veículos chegou a 59,4 milhões. As motocicletas
representaram 20,9% ( 12,4 milhões).


Municípios. Pesquisa elaborada pela Confederação Nacional de Municípios em 5.241
cidades mostra que 12,5% têm leis específicas sobre mototáxi. Os municípios do Norte e
do Centro-Oeste estão entre os que mais criaram legislação sobre o assunto até agora - no
Acre, 60% já o fizeram. Quanto aos motoboys, apenas 9% dos municípios têm leis sobre a
categoria. "São regiões em que o meio de transporte é mais rudimentar, com falta de
infraestrutura e de acesso da população a um veículo mais em conta, além de deficiência no
sistema público", diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Veículo: O Estado de S.Paulo – 19/06/2010.

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